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Renato Russo é personagem de três longas em produção

Fonte: Correio Braziliense 22/06/2009

Renato Russo será personagem de três filmes que estão em fase de produção. Dois deles são de ficção: Faroeste Caboclo, de René Sampaio, e Somos Tão Jovens, de Antonio Carlos da Fontoura. O terceiro é o documentário de Vladimir Carvalho Rock Brasília, que terá Renato como uma de suas figuras mais importantes. Somos Tão Jovens vai retratar a fase inicial do roqueiro na capital, mesmo período descrito no livro do jornalista Carlos Marcelo: Renato Russo, o filho da revolução.

“É realmente um período fantástico, em que uma turma de rapazes brasilienses adotou a rebeldia punk para confrontar a caretice da cidade nos anos finais da ditadura”, disse Fontoura. Foi nessa época, na banda Aborto Elétrico e depois em atuação-solo no show O Trovador Solitário que Renato criou alguns dos seus maiores êxitos: Que país é este?, Geração Coca-Cola, Música Urbana, Tédio e Eduardo e Mônica. Tudo isso antes de criar a banda Legião Urbana e deixar Brasília para se tornar ídolo da juventude brasileira da época.

René Sampaio, cineasta brasiliense, escolheu um caminho original para falar do roqueiro. Faroeste Caboclo contará a história de João de Santo Cristo, personagem da música homônima criada por Renato Russo no início de sua carreira. Quem assina o roteiro é ninguém menos que Paulo Lins, autor de Cidade de Deus, livro que se transformou no grande sucesso filmado por Fernando Meirelles.

Já Vladimir Carvalho prepara o documentário Rock Brasília, título autoexplicativo para um filme que quer enfocar a trajetória de bandas surgidas na Capital Federal como Paralamas do Sucesso, Plebe Rude e Capital Inicial. Vladimir está processando um material gravado por ele nos anos 1980, no qual constata que a maior parte dos roqueiros era filha de diplomatas ou políticos de Brasília. Um dos grandes trunfos do projeto é uma entrevista inédita realizada com Renato Russo.

Renato Russo, por Bruce Gomlevsky

Assisti ontem aqui no Rio a peça Renato Russo, com o Ator Bruce Gomlevsky. É incrivel e emocionante como ele consegue incorporar a presença de palco do Renato. Ficamos muito emocionados e felizes de poder conhecer um pouco mais da história desse icone das nossas vidas. Quem tiver oportunidade assista a peça!!!

 

 


Para um gênero musical que se alimenta muito da imagem, Renato Russo era feio, desajeitado e cafona (em entrevista à extinta revista Manchete, anunciava que queria ter nascido com o rosto de Alain Delon…). E para um frontman cujo forte eram as letras ― esforçando-se sempre para ter um apelo visual, mas acabando associado aos óculos de nerd, ou “intelectual”, do rock BR ―, Renato Russo não apostaria que o mito da Legião Urbana sobreviveria muito por sua causa e que um dos maiores eventos “dez anos depois” é uma peça de teatro sobre sua pessoa, com seu nome. Bruce Gomlevsky ― talvez como o próprio Renato Russo ― não é um grande cantor no palco, mas, nos textos, encarna ― como ninguém até agora ― o bardo atormentado, oscilando entre o punk e o brega, vivendo sempre no limite, até morrer de Aids (como Cazuza). Pode parecer difícil imaginar uma peça sobre Renato Russo que não seja apenas uma seqüência de suas canções, mas Gomlesky, Mauro Mendonça Filho (na direção) e Daniela Pereira de Carvalho (na dramaturgia) conseguiram montar um fio condutor que parte de Brasília, passando pelo Rio e por Nova York, mantendo o interesse, talvez mais até do que os hits da Legião. Bruce Gomlevsky estudou os trejeitos de Russo e, ainda que pareça exagerado no início, causa uma impressão funda depois, culminando com a performance de “Pais e Filhos” ― quando a confusão com o personagem é tamanha que a platéia chega a cumprimentá-lo emocionada como se fosse o Renato Russo encarnado. Outro ponto forte musical é que não há playback e Gomlevsky canta com uma banda de apoio que, instrumentalmente inclusive, é superior à própria Legião Urbana (Arte Profana, com destaque para o guitarrista Ziel de Castro). (fonte: http://www.digestivocultural.com/arquivo/nota.asp?codigo=1362 )

Renato Russo

Ontem, 11 de outubro, completa-se 12 anos da morte do maior ícone do Rock Nacional. Renato Manfredini Junior. O imortal Renato Russo. Seu legado atravessa o tempo e só aumenta, tanto que mesmo depois de sua morte, sua obra continua sendo uma das mais vendidas.

Para celebrar essa data fiquem com um texto da minha esposa Angelica Alves da Cunha Marques em parceria com a Professora Georgete Medleg Rodrigues entitulado:

RASTROS DE MEMÓRIAS, HISTÓRIA DE UMA GERAÇÃO: A EXPOSIÇÃO RENATO RUSSO MANFREDINI JR.

publicado na Revista Patrimônio e Memória

Fiquem também com uma das mais belas músicas de seu repertório QUASE SEM QUERER

Memória Musical (01) – Perfeição – Legião Urbana

No blog existirão várias séries. Esta é a primeira, Memória Musical, onde selecionarei músicas que marcaram as nossas vidas!!

Perfeição

Legião Urbana

Composição: Renato Russo

Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões…

Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação…

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião…

Vamos celebrar Eros e Tanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade…

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais…

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros…

Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã…

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração…

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão…

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada…

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção…

Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!…