Arquivo mensal: setembro 2008

Memória Musical (03) – Tom Jobim e Vinícius de Moraes – Eu sei que vou te amar

Um dos clássicos da Bossa Nova (que está completando 50 anos), interpretada pelos dois maiores nomes desse genero musical. O interessante é que esse comercial foi feito pela Brahma em 92, e conseguiu unir os dois, mesmo depois de mais de 10 anos da morte de Vinícius, com efeitos de computação gráfica (na época uma inovação que foi muito elogiada). Destaca-se Vinícius recitando ao final o Soneto da Fidelidade, um de seus mais belos poemas:

Soneto da Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

Museologia na Unb

A UnB e o Departamento de Ciência da Informação, estao dando um grande passo para a consolidação em Brasília. Sera lançado o curso de Museologia. Sou um entusiasta da área e acho que Brasília merece um curso desse porte. Se pudesse eu participaria do concurso para professor, mas infelizmente o cargo exige dedicação exclusiva.

Segue o convite para o lancamento do curso:

Solenidade Oficial de Lançamento do Curso de Museologia UnB

O Reitor pro tempore da Universidade de Brasília, Professor Roberto Aguiar, e o Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação da UnB, têm a honra de convidá-lo(a) para a Solenidade Oficial de Lançamento do Curso de Museologia e para a assinatura do Termo de Compromisso entre as unidades integrantes do Consórcio de Museologia.

Data: 9 de outubro de 2008
Hora: 19h (favor chegar com 30min de antecedência)
Local: Auditório do CID/FACE
Campus Universitário Darcy Ribeiro

Gentileza confirmar presença até o dia 6 de outubro de 2008
Telefone: (61) 3307-2678

Memória Musical (02) – Louis Armstrong – What a Wonderful Word

Uma das mais belas musicas de todos os tempos!!! Louis Armstrong gravou essa musica em 1968 como uma mensagem de paz entre brancos e negros dos EUA, falando sobre as coisas belas da vida, dizendo como o mundo pode ser tão maravilhoso. Pode ser considerado um verdadeiro hino a Paz.

Aniversário de Posse – 8 anos

Hoje, 25/09/2008, fazem 8 anos que tomei posse aqui no Tribunal. Fazendo uma retrospectiva, lembro daquele garoto recem formado, magrelo, que não tinha a minima ideia do que ia fazer da vida depois da faculdade. A aprovação no Concurso foi muito comemorada, e durante todo esse tempo, foram muitas alegrias, algumas tristezas e muitos amigos e projetos. Fizemos coisas incriveis, como o PROMA e o Centro de Memória Digital e muita “transferência de caixa” (foram muitos caminhões carregados, he he he). Só tenho a agradecer a Deus todas as oportunidades que tive, procurando sempre ser um arquivista melhor.

Memória Musical (01) – Perfeição – Legião Urbana

No blog existirão várias séries. Esta é a primeira, Memória Musical, onde selecionarei músicas que marcaram as nossas vidas!!

Perfeição

Legião Urbana

Composição: Renato Russo

Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões…

Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação…

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião…

Vamos celebrar Eros e Tanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade…

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais…

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros…

Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã…

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração…

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão…

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada…

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção…

Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!…

Projeto Resgate – CMD/UnB

update2: O site do Projeto Resgate está disponível novamente, acessem www.resgate.unb.br

update: A mais de um mês o site do Projeto Resgate está fora do ar, vou me informar na UNB, sobre o que está acontecendo

Procurarei apresentar nesse espaço alguns projetos voltados a preservação da memória. O primeiro é o projeto resgate, uma parceria do Centro de Memória Digital da UnB, com a Petrobras e o Arquivo Histórico Ultramarino de Portugal.

O Centro de Memória Digital (CMD) está instalado na Universidade de Brasília (UnB) desde 2003 e é integrado por professores e alunos de graduação e pós-graduação dos cursos de História, Letras, Engenharia de Redes, Comunicação e Ciências da Informação. O CMD propõe-se a preservar e divulgar o patrimônio histórico documental em meio digital, articulando competências na área cultural e tecnológica para aplicação da tecnologia digital no resgate da identidade histórico-cultural de nosso país.

Na era da civilização cibernética, que se acha em rápido processo de difusão, a informação circulará muito mais democraticamente, deixando de ser privilégio de poucos e levando especialistas de campos diversos do conhecimento a buscarem soluções para o seu tratamento. A colaboração interdisciplinar faz-se imperiosa tendo em vista o caráter das atividades desenvolvidas pelo CMD. A Universidade de Brasília (UnB) reúne, em razão de sua excelência de produção científica e projeção nacional e internacional, especialistas em História, Literatura, Engenharia de Redes, Comunicação e Ciências da Informação. A instituição apresenta o perfil mais adequado para o desenvolvimento de projetos interdisciplinares, que integrem a pesquisa científica, a qualificação de seus quadros e o compromisso social de democratização do acesso aos bens culturais.


O Projeto Resgate em Conteúdo Digital desempenha o papel de âncora do CMD, pois, em razão da dimensão monumental, do pioneirismo, do valor exemplar e de sua visibilidade, capacita-se a agregar outras instituições mantenedoras de acervos documentais e que estejam igualmente interessadas em sua difusão e democratização. O CMD comunga com políticas públicas que têm como princípio a transversalidade, que facilita a racionalização do uso de recursos humanos e materiais, anteriormente dispersos e difusos em vários órgãos e instituições, por meio da sua colaboração e integração sistêmica. Propõe-se, nesse sentido, a otimizar os recursos públicos existentes, oferecendo-se para integrar iniciativas semelhantes em níveis e esferas distintas dos poderes públicos. No Brasil de hoje, políticas públicas de inclusão digital, sobretudo no campo educacional e cultural, compõem ferramenta preciosa de ampliação da cidadania, pois a aplicação das tecnologias de informação e comunicação na educação e cultura constitui, por definição, mecanismo de democratização e barateamento de acesso aos bens culturais.

Para mais informações visitem o site.

www.resgate.unb.br

Sindicato Nacional dos Arquivistas

Durante o III CNA, no Rio de Janeiro, haverá uma assembléia dos Arquivistas para discutir a criação do Sindicato Nacional dos Arquivistas. Estarei presente a esse Congresso e gostaria de saber a opinião dos colegas aqui de Brasília sobre esse assunto.

Devemos participar?

É interesse dos Arquivistas de Brasília, ter um sindicato que nos represente?

Qual deve ser nossa participação?

Devemos ter representantes nesse sindicado?

Gostaria que todos participassem dessa discussão, deixem seus comentários no blog.

Segue o edital de convocação!

 

 

AAERJ convoca os Arquivistas brasileiros a participarem da Fundação do Sindicato Nacional dos Arquivistas

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

A AAERJ – Associação dos Arquivistas do Estado do Rio de Janeiro, com sede no Largo de São Francisco de Paula, 26, sala 1224, Centro do Rio de Janeiro, convoca os Arquivistas de todo o Brasil, a participarem da Assembléia Geral de Fundação do Sindicato Nacional dos Arquivistas – SINARQUIVO, a ser realizada no dia 23 de outubro de 2008, quinta-feira, às 18h00min em primeira e às 18h30min em segunda e última convocação, com qualquer número de presentes, nas dependências do Clube de Engenharia, localizado no coração do Centro do Rio de Janeiro, na Avenida Rio Branco, nº 124, Auditório do 25º andar, a fim de deliberarem sobre os seguintes itens:

I – Fundação do Sindicato Nacional dos Arquivistas – SINARQUIVO;
II – Discussão e aprovação do Estatuto Social;
III – Eleição e posse dos membros da Diretoria Executiva.

Rio de Janeiro, 22 de setembro de 2008.

Carlos Frederico Machado – Presidente da AAERJ (fonte: AAERJ)

Memória – Carlos Drummond de Andrade

Amar o perdido

deixa confundido

este coração.

Nada pode o olvido

contra o sem sentido

apelo do Não.

As coisas tangíveis

tornam-se insensíveis

à palma da mão.

Mas as coisas findas,

muito mais que lindas,

essas ficarão

Carlos Drummond de Andrade

Projeto Eletromemória

Projeto Eletromemória resgata história do setor elétrico
Pioneiro, estudo reunirá memória de empresas públicas e privadas.

São Paulo – Entender a matriz energética nos ajuda a planejar as opções futuras. Em momento de discussão sobre novas fontes de energia, avaliação de impacto ambiental e promessa de novo apagão, entender o passado é fundamental. Para isso a Fundação Energia e Saneamento está reunindo mais de 100 anos de história no Projeto Eletromemória, estudo que conta com pesquisadores das principais universidades de São Paulo, a USP, a UNESP e a Unicamp.

Coordenado pelo Prof. Dr. Gildo Magalhães dos Santos, do Depto. de História/USP, o projeto, que pretende ser o maior levantamento da memória histórica de energia elétrica do Estado de São Paulo, nasceu em fevereiro deste ano e está dividido em quatro áreas de atuação: arquivologia, cultura material, história e documentação.

“O Eletromemória reunirá materiais, como documentos, fotos e objetos, de empresas públicas e privadas do setor de energia e será desenvolvido a partir do mapeamento e diagnóstico do patrimônio acumulado dos acervos relacionados à implantação e ao desenvolvimento da geração, transmissão e distribuição da energia elétrica no Estado de São Paulo no período de 1890 a 2005”, conta Gildo Magalhães.

O intuito é estruturar a criação de um banco de dados de referência dos documentos existentes nas empresas e posteriormente, disponibilizar na Internet. “Estamos trabalhando para construir um centro de referência na preservação da memória do setor, que faz parte do entendimento do desenvolvimento do país”, comenta Marcia Pazin, gerente de serviços e projetos especiais da Fundação Energia e Saneamento.
Cada área de atuação do projeto conta com um coordenador que convidou alunos de graduação, pós-graduação e mestrado em História e Arquivologia da USP, da UNESP e Unicamp para auxiliar nas pesquisas. Ao todo são cerca de 40 pessoas, que pretendem levantar a maior quantidade possível de dados em dois anos.

Cinco empresas estão sendo pesquisadas até o momento: AES Tietê, AES Eletropaulo, Duke Energy, ISA CTEEP (Transmissão Paulista) e CESP (Companhia Energética de São Paulo), além do acervo da Fundação, mas há a pretensão de aumentar este número. A CPFL, o Grupo Rede e a Elektro podem vir a fazer parte do Projeto, que é financiado pela FAPESP e tem o apoio do SIESP. (fonte: ENARA)

História Oral

História Oral ou Método Biográfico é o registro da história de vida de indivíduos que, ao focalizar suas memórias pessoais, constroem também uma visão mais concreta da dinâmica de funcionamento e das várias etapas da trajetória do grupo social ao qual pertencem. Muitas dessas memórias são chamadas de subterrâneas, porque ficam à margem da história oficial.  

   Registrando as experiências vividas pelos informantes em fitas magnéticas de audio ou vídeo, ela é um instrumento fundamental para compreensão do passado recente. O cientista social com o desenvolvimento do método da História Oral não mais depende, unicamente, dos textos escritos para estudar o passado.  

   Também possibilita que indivíduos pertencentes a categorias sociais geralmente excluídas da história oficial possam ser ouvidos – deixando registradas para análises futura sua própria visão de mundo e aquela do grupo social ao qual pertencem.          .  

   Este método apresenta um caráter novo e envolvente, porque pressupõe uma parceria entre informante e pesquisador, construída ao longo do processo de pesquisa e através de relações baseadas na confiança mútua, tendo em vista objetivos comuns. Constrói-se assim uma imagem do passado muito mais abrangente e dinâmica. (fonte: CMU/Unicamp)

Um Programa de História Oral pode ser compreendido como uma ferramenta que possibilita, por meio de entrevistas, a constituição de acervo que colabore com a recuperação da história de qualquer instituição, tendo como um dos objetivos principais fomentar a reflexão dos personagens que participaram de alguma forma da trajetória da Instituição. Em seu acervo entrevistas devem estar reunidos depoimentos das pessoas que participaram da história da instituição, parentes, servidores aposentados e outros personagens que fizeram parte da trajetória e evolução da organização.

 

O TJDFT, através do Centro de Memória Digital reune em seu acervo entrevistas, principalmente de magistrados, mas também de parentes dos magistrados, servidores do TJDFT, advogados e outros personagens que fizeram parte da trajetória do Tribunal.

O diferencial deste Programa está na forma de condução das entrevistas – que são realizadas por Magistrados, membros do Conselho Gestor do Programa Memória, que conhecem os entrevistados, tornando a entrevista mais espontânea e descontraída.

Assistam as entrevistas já realizadas pelo Programa Memória, no tópico História Oral do Centro de Memória Digital!!!

 

Outros sites de referência em História Oral

CPDOC/FGV

Associação Brasileira de História Oral

Museu da Pessoa